domingo, 23 de abril de 2017

Vírus

            Responsáveis por diversas infecções em diferentes organismos, os vírus estão entre o limite de matéria viva e matéria não viva. Isto se deve ao fato dos vírus serem parasitas obrigatórios, ou seja, não serem capazes de realizar sua atividade metabólica (síntese de moléculas e multiplicação) sem a presença de uma célula hospedeira, e além disso, não apresentam uma estrutura celular. Por estes motivos, os vírus não se encontram nos reinos dos seres vivos.

Estrutura

            Vírus são extremamente simplórios, compostos apenas pelo genoma viral, constituído por uma pequena quantidade de ácido nucleico, DNA ou RNA, de fita única ou dupla, pelo capsídeo, uma capa proteica cuja função é proteger o genoma. Alguns vírus também apresentam outro envoltório, chamado envelope lipoproteico (formado por glicoproteínas) que não só protege o genoma, mas também fornece maior aderência.

Estados

            Os vírus podem ser encontrados em dois estados:
·         Vírion, quando o vírus é apenas um conjunto completo de genoma e capsídeo, metabolicamente inativo
·         Forma infectante, quando o vírus infecta células para se multiplicar, que ocorre devido à interação específica entre as proteínas deste e as da superfície celular.

Multiplicação

            A multiplicação dos vírus pode variar de acordo com a espécie viral, podendo envolver apenas o genoma do vírus, ou genoma e capsídeo, ou genoma, capsídeo e envelope. O processo de multiplicação dos bacteriófagos, fagos, ou apenas vírus que infectam seres procariontes, é o mais conhecido, e pode ser realizado pelo ciclo lítico ou ciclo lisogênico.
O ciclo lisogênico ocorre quando o vírus rompe a membrana plasmática do hospedeiro e deposita seu material genético, que se integra ao cromossomo bacteriano e permanece latente. Quando a célula infectada começa o processo de divisão binária, o genoma do vírus também é duplicado e passa para as células-filhas, assim, toda a descendência destas células estará infectada.
O ciclo lítico, por sua vez, ocorre quando o genoma viral se separa do bacteriano, multiplica-se e causa a lise celular (rompimento da membrana plasmática), liberando novos bacteriófagos.                                                       
                                                                                           

Importância ambiental

            Os vírus desempenham importantes funções no ecossistema, principalmente no meio aquático, onde influenciam o crescimento e mortalidade de organismos. Um exemplo desta influência é demonstrado nas algas infectadas por bacteriófagos, cuja morte libera nitrogênio, carbono e outros nutrientes para o meio. Além disso, vírus também são responsáveis pela seleção natural e podem ser utilizados como instrumentos terapêutico, principalmente na terapia genética e no tratamento de alguns tipos de câncer.

Vírus como agente patogênico

         A característica viral mais conhecida é sua capacidade como agente patogênico, ou seja, sua capacidade de causar infecções. Vale ressaltar que nem todas infecções causam danos ao hospedeiro (organismo infectado). Por causa da grande variedade genética e rápidas mutações, é difícil produzir vacinas e medicamentos para combatê-los, assim, é melhor prevenir-se das infecções.
            Algumas viroses humanas:
·         Gripe: causada pelo vírus influenza, tem como principais sintomas a febre alta, calafrios, tosse e prostração. Existe vacina, mas como o vírus muda rapidamente, ela é produzida anualmente.
·         Dengue: uma preocupação nacional, a dengue é causada por quatro tipos de arbovírus, transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti. Seus sintomas incluem febre, dores de cabeça, musculares e nas articulações, manchas vermelhas na pele e fadiga. Porém, a dengue também pode causar sangramentos, dores abdominais, queda de pressão, e até mesmo a morte.

·         Aids: uma doença sexualmente transmissível causada pelo vírus HIV, infecta os linfócitos, células sanguíneas responsáveis pela defesa do organismo, deixando-o vulnerável