domingo, 23 de abril de 2017

Bactérias

Bactérias são seres unicelulares e procariontes, pertencentes ao Domínio Bactéria e ao Reino Monera. São muito numerosas e encontradas em todos os ecossistemas da Terra, por serem incrivelmente resistentes a condições extremas de temperaturas e se reproduzirem muito rápido. Bactérias são seres simplórios, constituídos principalmente por um nucleóide, pelo citoplasma e pela membrana plasmática. O nucleóide é uma estrutura similar ao núcleo eucariótico, porém sem a membrana nuclear. Lá está um único cromossomo circular, formado pelo DNA da célula, e plasmídeos, fragmentos também circulares de DNA. O citoplasma é onde estão localizados milhares de ribossomos, organela responsável pela síntese proteica. A membrana celular engloba a célula e a protege, criando um espaço próprio. A grande maioria das bactérias também tem uma parede celular, mais rígida, responsável por proteção extra, além de ser mais resistente ao acúmulo de água, e uma cápsula, que proporciona maior aderência. Outra estrutura presente em algumas bactérias são os flagelos, similar à uma calda utilizada para locomoção.




Formas de Reprodução

A principal forma de reprodução das bactérias é a divisão binária, forma assexuada que não gera variedade genética. Basicamente, ocorre a duplicação do DNA e então a célula-mãe se divide, e gera duas células filhas geneticamente iguais a ela. Porém, há formas de reprodução onde há variedade genética das bactérias:
- Conjugação: ocorre quando a bactéria doadora transmite à bactéria receptora parte de seu plasmídeo, concedendo uma maior variabilidade genética. Depois dessa troca, elas se separam e realizam reprodução assexuada.

- Transformação: ocorre quando uma bactéria incorpora os genes de outra bactéria que morreu no ambiente, alterando seu próprio código genético.

- Transdução: ocorre quando um vírus infecta uma bactéria logo após ter infectado outra, transmitindo os genes desta para a infectada posteriormente.

Cianobactérias

São seres procariontes, autótrofos e fotossintetizantes, contudo não possuem cloroplastos. A clorofila fica no próprio hialoplasma ou em ramificações da membrana plasmática. Além da clorofila, possuem outros pigmentos. Eles são:
- Carotenoides: pigmentos semelhantes ao caroteno da cenoura;
- Ficoeritrina: um pigmento de cor vermelha, típico das cianobactérias encontradas no Mar vermelho;
- Ficocianina: um pigmento de cor azulada, que originou o nome das cianobactérias, anteriormente denominadas "algas azuis".
As cianobactérias são indivíduos muito antigos e os seus fósseis são datados de períodos muito distantes no pré-cambriano. Devido a sua grande flexibilidade a adaptações bioquímicas, fisiológicas, genéticas e reprodutivas, os organismos perpetuaram-se na superfície terrestre e a sua distribuição em diversos ambientes: terrestres, aquáticos (de rios, estuários e mares) e na interface úmida da terra com o ar (rochas, cascas de árvores, paredes, telhados, vidros, etc.).
Há espécies que podem ser unicelulares, outras que formam colônias de diferentes formatos (unicelulares coloniais), outras apresentam as células organizadas em série (filamento)
Função:
       A importância ecológica das cianobactérias é a produção de oxigênio. Muitos cientistas acreditam que foram elas que infestaram a atmosfera com oxigênio. Porém, existem algumas espécies que formam produtos diferentes: heterocistos (fixam nitrogênio atmosférico) e acinetos (armazenam substâncias de reserva). Outras podem ser prejudiciais ao produzirem hepatoxinas (afeta o fígado diretamente) ou neurotoxinas (atinge o sistema neurológico).

                                                ARQUEAS

        As arqueas (vem do grego archaeobacterias, sendo a bactéria antiga) chegaram à Terra muito antes das bactérias, já que sempre foram abundantes desde mais de três bilhões de anos atrás. Naquela época, teria ocorrido uma divergência na evolução dos organismos procariotas, tendo surgido duas linhagens distintas. São seres procarióticos, se diferenciam das bactérias devido:
- Ao RNA desses organismos assemelham-se mais ao dos eucariontes do que das bactérias (procariontes);
- As suas paredes celulares serem constituídas de polissacarídeos, glicoproteínas ou proteínas, não apresentando peptideoglicanas, que são substâncias presentes na constituição das paredes das bactérias;
- Aos lipídios de suas membranas também serem diferentes dos presentes nas membranas dos demais seres vivos;
- A maioria das arqueas são autotróficas quimiossintetizantes, enquanto as bactérias podem apresentar diversos tipos de vida.

Por esses motivos, as arqueas formam um domínio próprio, Archaea. Considera-se que as arqueobactérias atuais poucas alterações sofreram, em relação aos seus ancestrais. Estes procariontes vivem em locais com condições extremamente adversas para outros seres vivos, provavelmente semelhantes às que existiriam na Terra primitiva.
- Metaogênicas: são responsáveis pela produção de metano[CH4];
- Halófitas: vivem principalmente nos locais com grande concentração de sal; São autótrofas conseguindo produzir ATP por causa do seu pigmento bacteriorrodopsina , que funciona como uma bomba de prótons (Faz a função de uma mitocôndria).
- Termoacidófilas: são aquelas que convivem em ambientes com temperaturas mais altas, assim como grande acidez envolvida. Na sua grande maioria, metabolizam o enxofre podendo ser autótrofas (formando o `H2S´) ou heterotróficas.

Nutrição das Bactérias

            Se utilizarmos como critério para classificação a nutrição das bactérias, essas podem ser divididas em dois grupos: autótrofas e heterótrofas.
Bactérias Autótrofas:
            As bactérias autótrofas (auto, do grego aúto, significa próprio e “trofas”, do grego trofein, alimentar-se) são bactérias que têm a capacidade de sintetizar seu próprio alimento. Elas podem ser divididas em dois subgrupos, fotossintetizantes e quimioautotróficas. As fotossintetizantes realizam um processo similar ao de plantas e algas ao utilizarem a luz para a síntese de energia. Já as quimioautotróficas obtêm sua energia através da oxidação de compostos inorgânicos.
Bactérias Heterótrofas:
             As bactérias heterótrofas (hétero, proveniente do grego, significa diferente outro e trofas, do grego trofein, alimentar-se) são bactérias que se nutrem de matéria orgânica oriundas de outros seres. Assim como as autótrofas, podem ser divididas em subgrupos. As bactérias parasitas são as que causam doenças infecciosas, já que se alimentam de células saudáveis de outros seres vivos, agredindo-os. Bactérias simbiontes são bactérias que convivem com outros seres vivos, sem agredi-los, como exemplo temos as que constituem nossa flora intestinal. Temos também as bactérias saprófitas, que são muito importantes para o ecossistema, pois desempenham a função de reciclador, já que se alimentam de cadáveres de animais e plantas.


 
Utilidades das Bactérias

            Bactérias são muito importantes para a manutenção da vida na Terra. Uma de suas principais funções é servir como agente de reciclagem de matéria orgânica, já que ao se alimentarem de organismos mortos, os decompõem em moléculas mais simples. Além disso, bactérias estão presentes na maioria dos sistemas digestivos animais, ajudando-os a decompor os alimentos. As bactérias, juntamente com os fungos e líquens, também são responsáveis para o surgimento de ecossistemas, já que são os primeiros seres a povoarem regiões mais inóspitas.

Referências:
Professor Paulo Jubilut, em aula disponibilizada em: https://youtu.be/FjqksBI0Ic0
                                                                                                                 https://youtu.be/Ylio4muOlAM

Professor Kennedy Ramos, em aula disponibilizada em: https://youtu.be/A0txqlZMcak